Servidores denunciam que prefeitura de Missão Velha desconta, mas não repassa parcelas de empréstimos de funcionários
Em meio a inúmeras reclamações de abandono e descaso com o funcionalismo público, o município de Missão Velha foi surpreendido nos últimos dias pelas denúncias de servidores públicos sobre a falta de repasse de parcelas de empréstimos consignados, descontados mensalmente na folha de pagamento, para a Caixa Econômica Federal. Conforme os funcionários públicos, há alguns meses que estão sendo cobrados pela falta de pagamentos dos empréstimos que deveriam ser repassados pela Prefeitura.
Os servidores explicam que receberam notificações de cobranças dos bancos e dos órgãos de cadastro de devedores (Serasa e SPC).
A servidora do município de Missão Velha, Maria Sandra, foi surpreendida quando foi efetuar uma compra e foi negado o crédito por seu nome está negativado junto aos serviços de proteção ao crédito. O motivo, a Prefeitura de Missão Velha não tem repassado os valores dos empréstimos consignados. E o pior é, desconta do servidor e não paga ao banco. “Fui fazer uma compra e constou que meu nome estava no Serasa. Aí falei com a menina e ela disse que era com a Caixa Econômica de Barbalha. Eu não devo. Se meu dinheiro já vem descontado no contracheque e ele não ‘tá’ repassando”, comentou Sandra, em um programa de rádio.
A servidora explica que ligou para Caixa e foi informada que o prefeito não tem repassado os valores descontados dos servidores municipais referente aos empréstimos consignados. Ela afirmou que ainda não procurou o Ministério Público devido à pandemia. “Não é só o meu não, são todos os funcionários que têm empréstimo com a Caixa”, afirmou.
Outra irregularidade é sobre o recolhimento do FGTS e do INSS dos servidores. “Eu tenho 13 anos e só tenho na minha conta (do FGTS), R$ 500 reais. E outros que tem 10 anos, 15 anos, tá na mesma”.
De acordo com outro servidor, que preferiu não se identificar por receio de perseguição política, se o município reteve em contracheque os valores dos empréstimos dos servidores municipais e não repassou a Caixa Econômica Federal no prazo devido, o gestor público, nesse caso, teria cometido o crime de apropriação indébita dos valores pertencentes aos servidores, além de deixar o município passível de ser acionado na justiça em ações indenizatórias dos prejuízos morais causados aos servidores atingidos. “Irei lutar pelos meus direitos, acionando o município por direitos morais, devido o constrangimento por receber cobranças indevidas”, diz o servidor.
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